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Como são feitos os pneus de F1

As corridas de Fórmula 1 representam o auge da engenharia dos desportos motorizados, com cada componente optimizado para um desempenho máximo. Entre esses componentes, os pneus Pirelli F1 são cruciais, desempenhando um papel decisivo no manuseio, na velocidade e na segurança dos carros. O desenvolvimento e a produção desses pneus envolvem um processo detalhado e complexo.

Matérias-primas: A base dos pneus de Fórmula 1 da Pirelli

Borracha natural: o núcleo do desempenho dos pneus

O ingrediente mais essencial na construção de um pneu de Fórmula 1 é a borracha natural. Proveniente da árvore Hevea Brasiliensis, que cresce predominantemente em regiões tropicais como o Sudeste Asiático, este material forma a espinha dorsal da banda de rodagem, dos flancos e da estrutura interna do pneu. A borracha é colhida através do corte da árvore, um processo que envolve fazer incisões na casca para recolher o látex. Este látex é depois processado através de coagulação e secagem para produzir borracha sólida, que é utilizada em várias partes do pneu. As propriedades únicas de elasticidade, resiliência e aderência da borracha natural são cruciais para suportar as condições extremas das corridas de Fórmula 1.

Borracha sintética: Melhorar o desempenho e a durabilidade

Além da borracha natural, a Pirelli também emprega borracha sintética na fabricação de seus pneus. As borrachas sintéticas, como o copolímero de estireno-butadieno, o polibutadieno e o bromobutilo, trazem vantagens específicas para o desempenho dos pneus. A borracha de estireno-butadieno é conhecida pelo seu equilíbrio entre resistência ao desgaste e aderência, enquanto as propriedades de baixa acumulação de calor do polibutadieno são vitais para evitar a degradação dos pneus durante as corridas a alta velocidade. A borracha de bromobutilo, com a sua excecional impermeabilidade, é normalmente utilizada nos revestimentos internos do pneu, assegurando a retenção do ar e mantendo a pressão ideal do pneu durante as corridas.

Sílica: Aumenta a aderência e a durabilidade

Outro componente crítico é a sílica, que é incorporada no composto de borracha para melhorar o desempenho. Este mineral, extraído principalmente da areia de quartzo, melhora a aderência do pneu em superfícies molhadas e ajuda a manter um desempenho consistente em condições de pista variáveis. A sílica também desempenha um papel na gestão da temperatura do pneu, reduzindo a acumulação excessiva de calor que pode comprometer a vida útil e o desempenho do pneu durante uma corrida.

Negro de fumo: Reforçar a estrutura do pneu

O negro de fumo, um pó fino derivado da combustão incompleta de hidrocarbonetos, é utilizado como carga de reforço no composto de borracha. Reforça o pneu, aumentando a sua durabilidade e resistência à abrasão. Além disso, o negro de fumo ajuda a distribuir o calor uniformemente pelo pneu, garantindo um desempenho estável e uma aderência consistente, mesmo sob as condições intensas das corridas de Fórmula 1.

Kevlar e fibra de carbono: Resistência e estabilidade sob pressão

Para proporcionar integridade estrutural, o Kevlar e as fibras de carbono são incorporados no design do pneu. O Kevlar, um material de alta resistência conhecido pela sua resistência ao calor, é utilizado para reforçar os flancos do pneu, evitando a deformação sob tensão extrema. As fibras de carbono, derivadas do poliacrilonitrilo (PAN), são utilizadas nas cintas e na carcaça do pneu para aumentar ainda mais a sua resistência e estabilidade, assegurando que o pneu mantém a sua forma e desempenho a altas velocidades.

Contas de aço: Garantindo um ajuste perfeito

Os talões de aço são um componente essencial da construção do pneu, proporcionando um ajuste apertado e seguro entre o pneu e a jante. Feito principalmente de ferro e carbono, o aço é altamente durável e capaz de suportar as imensas forças sentidas durante uma corrida. Os talões ajudam a manter a integridade estrutural do pneu, assegurando que este consegue suportar as exigências de alta velocidade da Fórmula 1.

Nitrogénio: Manter a pressão dos pneus

Os pneus de Fórmula 1 são enchidos com nitrogénio seco em vez de ar comprimido normal. O nitrogénio, que é menos permeável do que o oxigénio, ajuda a manter uma pressão consistente dos pneus durante toda a corrida. Além disso, o nitrogénio não tem humidade, reduzindo o risco de flutuações de pressão que podem afetar o desempenho dos pneus nas condições extremas de uma corrida.

Processo de fabrico: Das matérias-primas ao produto acabado

A produção dos pneus de Fórmula 1 da Pirelli é um processo altamente especializado que envolve a mistura das matérias-primas em formulações precisas, seguida de várias etapas de moldagem, cura e testes.

Compounding: Criando a mistura de borracha

O processo de fabrico começa com a composição, onde as borrachas naturais e sintéticas são misturadas com outros materiais como a sílica, o negro de fumo e o enxofre. Esta fase é fundamental para determinar as caraterísticas de desempenho do pneu, como a aderência, a resistência ao desgaste e a resistência ao calor. A borracha composta é depois introduzida numa extrusora, que a transforma em longas tiras de borracha de goma.

Moldar e modelar: Moldar o pneu

Uma vez preparada a borracha de goma, esta é moldada nos vários componentes do pneu, incluindo o piso, os flancos e os revestimentos interiores, através de um processo conhecido como calandragem. As tiras de borracha são cortadas em formas precisas e moldadas na forma final do pneu. São adicionadas contas de aço e fibras de reforço à estrutura do pneu para garantir a sua resistência e durabilidade.

Cura: Vulcanização da borracha

Em seguida, o pneu é submetido a um processo de cura conhecido como vulcanização. Este processo envolve o aquecimento da borracha a altas temperaturas na presença de enxofre, que liga quimicamente as moléculas de borracha e cria um material mais durável e resistente ao calor. A borracha vulcanizada está agora pronta para a moldagem e os testes finais.

Montagem final e testes: Garantir um desempenho ótimo

Após o processo de cura, o pneu é montado e submetido a uma série de testes rigorosos para garantir que cumpre os exigentes padrões de desempenho requeridos para as corridas de Fórmula 1. Isto inclui testes de pressão do pneu, aderência e durabilidade em condições semelhantes às da corrida.

O futuro dos pneus de Fórmula 1 da Pirelli

Os pneus de Fórmula 1 da Pirelli estão na vanguarda da ciência dos materiais e da inovação na fabricação, projetados para atender às demandas extremas do esporte. Desde o fornecimento de borracha natural até a incorporação de materiais avançados, como fibra de carbono e Kevlar, todos os aspectos da construção do pneu estão focados em proporcionar um desempenho ideal. Através de engenharia avançada e inovação contínua, a Pirelli continua a ultrapassar os limites do que é possível na tecnologia de pneus para um dos desportos mais exigentes do mundo.

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