O calendário de 2025 do MotoGP marca um ponto de viragem para o mundo das corridas, com uma abordagem que abraça novas geografias e melhora as tradições estabelecidas do desporto motorizado.
A temporada, que arranca este domingo na Tailândia, está preparada para proporcionar emoções e alargar ainda mais o apelo global do desporto. Com a adição de duas corridas na Europa de Leste – República Checa e Hungria – o MotoGP está a consolidar a sua presença em mercados em rápido crescimento onde a paixão pelas corridas e a herança do desporto estão bem estabelecidas.
O início exótico: Tailândia
A escolha da Tailândia (onde 87% da população possui uma mota) como plataforma de lançamento para a época de 2025 não é uma coincidência. A Ásia, há muito considerada um mercado-alvo para o MotoGP, continua a registar um crescimento significativo em termos de audiência e investimento.
A primeira corrida na Tailândia é uma montra perfeita para mostrar o poder e a beleza do desporto numa região que adora adrenalina e inovação.
O lançamento do Campeonato 2025, com um evento que viu todos os protagonistas no mesmo palco no centro de Banguecoque, é o primeiro sinal da renovada abordagem ao marketing que o MotoGP vai oferecer a partir de agora.
Ásia: um coração pulsante de inovação e tradição
Nos últimos anos, o interesse asiático pelo MotoGP tem crescido exponencialmente, graças, em parte, a iniciativas promocionais e a investimentos significativos no desporto motorizado. Com mais de 270 milhões de motos em circulação e perspectivas de crescimento para o segmento elétrico, a Ásia é uma região-chave não só para as vendas de motos tradicionais, mas também para as inovações tecnológicas e ambientais, um quadro muito positivo para os fabricantes, investidores e entusiastas que reforça o papel da Ásia como um motor fundamental no panorama global da mobilidade em duas rodas.
Esta atenção crescente não só tem um impacto positivo nas audiências televisivas e digitais, como também estimula um investimento económico significativo, com efeitos positivos na economia local e no turismo.
Expansão para a Europa de Leste: República Checa e Hungria
A outra novidade do calendário de 2025 é a introdução de duas etapas na Europa de Leste, com corridas na República Checa e na Hungria. Estas adições não são apenas uma operação de expansão geográfica, mas reflectem uma estratégia destinada a abraçar regiões onde a tradição do desporto automóvel está viva e onde o desejo de eventos desportivos de alto nível é palpável.
A tradição automobilística da Europa de Leste
A Europa Oriental tem uma longa tradição no desporto automóvel, a paixão pelo desporto automóvel na República Checa e na Hungria é o resultado de uma tradição bem estabelecida e as famílias e comunidades locais sempre apoiaram os eventos desportivos, contribuindo para o desenvolvimento de talentos e de infra-estruturas de primeira classe.
Nas décadas de 1970 e 1980, o panorama das motos na Europa de Leste assistiu à presença de marcas históricas como a Jawa e a ČZ, que produziam não só motos para o dia a dia, mas também versões desportivas destinadas às corridas em pista. Estas empresas, nascidas no contexto de uma economia planificada, conseguiram ganhar uma reputação internacional graças ao seu desempenho em competições.
Na Hungria, embora não existam grandes marcas nacionais como na República Checa, a participação local nas corridas em pista sempre desempenhou um papel importante. As equipas e os pilotos húngaros, apoiados por infra-estruturas como o Hungaroring, competiram a nível internacional, contribuindo para uma cultura competitiva e um profundo amor pelo desporto automóvel.
Interesse crescente pelos veículos de duas rodas na Europa de Leste
As estatísticas mostram um crescimento significativo do sector das motos nesta região, com um aumento constante do número de motos vendidas na Hungria e na República Checa.
A Europa de Leste está a emergir como um centro dinâmico para a indústria, graças, em parte, a uma população jovem, a uma paixão crescente pelos desportos motorizados e a um maior poder de compra.
República Checa
A República Checa tem uma história rica em desportos motorizados. O famoso Grande Prémio de Motociclismo da República Checa (conhecido como Grande Prémio de Motociclismo da Checoslováquia antes de 1993) faz parte da temporada de Grandes Prémios de Motociclismo desde 1965.
De facto, Brno acolheu o maior número de corridas do Campeonato do Mundo na história da modalidade desde o Circuito TT de Assen. A corrida está ausente do campeonato desde 2021 devido às dificuldades económicas agravadas pela pandemia, pelo que se trata de um regresso e não de uma estreia no calendário.
Historicamente, o país tem sido palco de inúmeras competições que envolvem marcas locais como a ČZ e a Jawa. Estas empresas, fundadas nas décadas de 1920 e 1930, ajudaram a difundir a cultura das duas rodas por toda a Europa de Leste, não só em termos de produção, mas também como protagonistas em corridas de pista. O legado destas empresas reflecte-se hoje na paixão pelas corridas e na participação ativa dos entusiastas locais.
A história dos desportos motorizados na Hungria
A Hungria tem também uma importante tradição e uma forte paixão pelos motores, incluindo a organização de um Grande Prémio de F1 desde 1986.
Embora a Hungria não tenha produzido marcas de motos mundialmente famosas como a República Checa, o país sempre demonstrou um forte entusiasmo pelas corridas.
A estreia do MotoGP no circuito do Parque Balaton reforça ainda mais a ligação deste país aos desportos motorizados
Perspectivas futuras
O interesse pelas motos na Europa Oriental deverá manter-se elevado, impulsionado por uma combinação de crescimento económico, investimento no sector e uma profunda tradição cultural nos desportos motorizados.
A República Checa e a Hungria, com as suas histórias e infra-estruturas, desempenham um papel fundamental na difusão da cultura do motociclismo, e a região deve continuar a ser central no mercado do motociclo.
Investimento e patrocínio:
A expansão na Europa de Leste é acompanhada por um forte interesse dos patrocinadores internacionais, que vêem um potencial de crescimento considerável nestas regiões.
Os operadores económicos apostam num mercado em plena agitação, onde a tradição desportiva se alia a novas oportunidades de negócio.
Uma época revolucionária
O MotoGP 2025 promete ser uma época revolucionária. A abertura na Tailândia, juntamente com a expansão para a Europa de Leste com corridas na República Checa e Hungria, testemunha uma estratégia global que olha para o futuro, valorizando tanto as tradições estabelecidas como as novas oportunidades de mercado.
Estas mudanças não só enriquecem o calendário desportivo, como também representam um forte sinal para os investidores e patrocinadores, prontos a apostar num crescimento constante e num público cada vez mais exigente e ligado.
Em conclusão, o MotoGP 2025 não é apenas uma temporada de corridas: é um manifesto da globalização do desporto motorizado, onde a inovação, a tradição e os dados económicos se entrelaçam para criar um evento imperdível.