Os monolugares de Fórmula 1 estão equipados com uma direção assistida, um sistema que facilita a condução reduzindo o esforço exigido ao condutor. Este componente é crucial para lidar com as elevadas forças laterais geradas durante as curvas a alta velocidade, onde o G-Force põe à prova os nossos favoritos.
História da direção assistida
As origens da direção assistida remontam ao final do século XIX. Em 1876, um inventor chamado Fitts propôs uma primeira patente para um sistema de direção assistida, mas sem sucesso comercial. Mais tarde, em 1902, Frederick W. Lanchester patenteou um sistema de assistência hidráulica no Reino Unido, também sem difusão significativa. Foi na década de 1920 que Francis W. Davis, um engenheiro da Pierce-Arrow Motor Car Company, desenvolveu um sistema de direção assistida hidráulica para facilitar a condução dos camionistas. O seu trabalho levou à instalação da primeira direção assistida num Cadillac em 1931. A difusão da direção assistida acelerou durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi adoptada em veículos militares para melhorar a manobrabilidade. Após a guerra, em 1951, a Chrysler introduziu o sistema “Hydraguide” no Chrysler Imperial, tornando a direção assistida disponível para o público em geral. Desde então, a direção assistida tornou-se uma caraterística de série na maioria dos veículos… mas não nas corridas até à década de 1990.
Direção assistida e F1, os primeiros passos.
A direção assistida foi introduzida na Fórmula 1 no início da década de 1990. O Williams FW15C de 1993 foi um dos primeiros monolugares a utilizar este sistema, concebido para ajudar os pilotos Alain Prost e Damon Hill, que não tinham a mesma força física que o seu antecessor Nigel Mansell. As primeiras tentativas foram feitas na década anterior; já em 1981, o Lotus 88 de Colin Chapman tinha experimentado um sistema de direção assistida, embora numa forma menos evoluída.
F1 moderno
Atualmente, a direção assistida é um componente essencial dos carros de F1, cuja presença oferece inúmeras vantagens. Em primeiro lugar, permite aos pilotos contornar as curvas com maior precisão, reduzindo a fadiga durante as corridas, especialmente quando estas decorrem em condições climatéricas difíceis. Também permite uma maior sensação e controlo, que são cruciais quando se leva o carro ao limite. A direção assistida na F1 é geralmente hidráulica, integrada com outros sistemas, como a caixa de velocidades e a embraiagem, e não utiliza componentes electrónicos, pelo que a sua regulação é muito complexa. Alguns pilotos são particularmente sensíveis à “sensação” proporcionada pela direção assistida, e a sua adaptação ao dispositivo pode afetar significativamente o desempenho.
Direção assistida na Fórmula 2 e na Fórmula 3
A Fórmula 2 (F2) e a Fórmula 3 (F3) não têm direção assistida. Os carros de F2, por exemplo, são concebidos sem este sistema, exigindo aos condutores um maior esforço físico para manobrar o veículo.
I sto torna a condução mais difícil, especialmente em curvas apertadas ou a baixa velocidade, onde a ausência do dispositivo é mais sentida e os condutores têm de confiar na sua própria força física para controlar o automóvel, o que exige umelevado nível de aptidão física, especialmente em termos de força dos braços e dos ombros. Os condutores menos fortes fisicamente podem ter dificuldades, especialmente no final de uma corrida, quando a fadiga começa a instalar-se e a precisão da condução pode ser afetada.
A ausência de direção assistida na F2 e na F3 tem sido objeto de discussão, uma vez que pode ser um obstáculo para alguns pilotos.
Implicações para as mulheres pilotos
A ausência de direção assistida na F2 e na F3 levanta questões sobre a equidade de acesso para as mulheres que aspiram à Fórmula 1. Embora não existam diferenças anatómicas que impeçam as mulheres de competir ao mais alto nível, a ausência de assistência à direção pode constituir um desafio maior para as pilotos do sexo feminino, exigindo um nível particularmente elevado de aptidão física. A FIA está a considerar alterações técnicas para tornar estas categorias mais acessíveis, incluindo a introdução da direção assistida, a fim de promover uma maior inclusão no desporto.
Últimas notas sobre a direção assistida
A direção assistida revolucionou a forma como os condutores interagem com os seus automóveis, oferecendo um controlo mais preciso e reduzindo a fadiga física. Embora seja um componente de série na Fórmula 1, a sua ausência na F2 e na F3 representa um desafio adicional para os pilotos, especialmente para as mulheres que podem estar em desvantagem em termos de força física. Compreender estas diferenças é essencial para apreciar as diferentes competências exigidas aos pilotos nas várias categorias de desportos motorizados. A introdução da direção assistida nestas categorias poderia ajudar a nivelar as condições de concorrência, promovendo uma maior diversidade e inclusão no desporto automóvel.